Ação policial contra opositores do presidente Jair Bolsonaro em Pernambuco e Goiás.


Com as ruas não mais de exclusividade bolsonarista na pandemia, a segurança dos Estados entram em alerta vermelho, não por futuros confrontos entre política adversárias, mas por ações tempestivas e abusiva de policiais militares que abertamente entraram em defesa do presidente Jair Bolsonaro contra as manifestações contraria a política do governo federal.

Com reflexo ainda da morte do policial militar Wesley Soares Góes, de 38 anos, que literalmente surtou em uma área turística de Salvador, ao disparar tiros em direção à tropa de elite da PM baiana, que revidou e acabou matando o policial, e horas depois virou herói para os bolsonaristas. O clima entre governantes dos Estados e policiais militares azedaram com impulso da milícia digital do presidente Bolsonaro nas redes sociais.

A ação de policiais militares de Pernambuco reprimindo manifestantes pacíficos contrários ao presidente, já aponta a influência da radicalização política nas PMs e uma tendência observada pelos governadores que a ideologia bolsonarista entrou nas corporações e pode colocar em risco a vida cidadãos.

As grandes manifestações do sábado (29/05), que tomaram as ruas do país contra Jair Bolsonaro, atenuaram a ira de policiais que foram capazes de ignorar ordens superiores e atacarem pessoas contraria ao presidente.

A PM de Pernambuco e Goiás entrou no radar do noticiário nacional, na ação policial sem explicação que feriu 2 pessoas nos rostos, levando um a perde a visão de um dos olhos. O governador de pernambucano afastou os policiais e o comandante da Polícia Militar que foi exonerado. Em Goiás, o governador do Estado, afastou um tenente da PM, por ter levado preso um dirigente partidário que recusava a retira uma faixa de seu veiculo com dizerem “Fora Bolsonaro Genocida”. O policial enquadrou o dirigente por violar a lei de segurança nacional. O dirigente partidário foi liberado pelo delegado federal por não encontra crime do partidarista do PT. O governador de Goiás declarou que não compactua com abuso policial e ira punir o PM pela desastrada prisão.        

Em levantamento feito pelo jornal Estado de S. Paulo, desde janeiro de 2020, ganharam repercussão nacional ao menos 15 casos em que policiais foram acusados de agir de forma político-partidária contra opositores do governo. 

Além de Pernambuco e Goiás, há preocupação com ações envolvendo policiais em outros Estados, como o Ceará e a Bahia, ambos comandados pelo PT. Já foram registradas, no entanto, ações contra opositores ainda em Estados governados por aliados de Bolsonaro. Soldados, sargentos e tenentes agiram para impedir manifestações contra o presidente em Goiás, no Rio e em Minas.

Um dos que se preocupam com as ação de PMs é o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima. Segundo  dados de pesquisa do Fórum, são 120 mil os policiais radicalizados no Brasil, que apoiam ideias como fechamento do Congresso ou a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal, a maioria dos quais é PM há cerca de 700 mil policiais militares, civis e federais no País.

Para Renato Lima, ao Estadão, as ações coletivas contra os governos, como a do motim de policiais no Ceará, em janeiro de 2020, deixaram de estar no horizonte em razão da PEC Emergencial, que congelou os salário. Mas isso não significa um distanciamento dos policiais do universo bolsonarista. “Bolsonaro emula o pensamento médio dos policiais em questões, por exemplo, sobre como lidar com bandidos.” disse ao Estado de S.Paulo.

Um marco nas ações contra manifestantes contrários ao governo, segundo Lima, foi a ação da PM mineira no carnaval de 2019, proibindo ato contra Bolsonaro feito pelo bloco de carnaval Tchanzinho Zona Norte. Integrantes do bloco foram ameaçados por um capitão da PM quando começaram a puxar um coro contra o presidente. 

Em janeiro de 2020, em São Vicente (SP), um estudante foi detido por PMs porque tentava protestar contra o presidente, exibindo um exemplar da Constituição Federal. O argumento era que ele representava uma ameaça. Após depor em uma delegacia, o rapaz foi liberado.

Esse últimos eventos ocorridos nos Estados tem deixado os governadores em alerta, com constante vigília nas corporações. Na Bahia, a relatos que PMs, estão sendo monitorados e qualquer declínio ao bolsonarismo poderão ser afastado de operações de ruas com relativa punição disciplinar.