Na leitura da mensagem do prefeito Rodrigo Hagge, intercalada com discurso improvisado, apareceu sinais inequívocos da fragilidade eleitoral do grupo do MDB. Fragilidade esta corroborada pelo racha entre União Brasil e MDB, explicitando uma dificuldade político-eleitoral do grupo. Por outro lado, a declaração de apoio das lideranças do Podemos e possivelmente do atual vice-prefeito do União Brasil a uma pré-candidatura dissidente do MDB é o testemunho de que a sabedoria política e articulação dos velhos gabirabas foram enterradas.
Ao fim da leitura da mensagem, o prefeito se dirigiu à plateia na Câmara de Vereadores e disse uma frase enigmática: “não tem nada perdido, o jogo só está começando”. Deriva dessa colocação várias interpretações e, a mais lógica, a dificuldade em deslanchar nas pesquisas extraoficiais do candidato do prefeito. A outra é a declaração feita pelo atual vice-prefeito do racha entre União Brasil/MDB. Esse racha já tinha sido solicitado pelo líder maior do Partido há dois anos.
Nessa linha, um apoio irrecusável para qualquer pré-candidato deu uma sacudida no cenário eleitoral de Itapetinga. A declaração do Deputado Federal mais votado no município junto com o Partido PODEMOS e suas lideranças apoiando explicitamente o pré-candidato filiado ao MDB e Presidente da Câmara de Vereadores, tem cheiro de definição eleitoral para as oposições.
Participei de todas as campanhas eleitorais envolvendo a família gabiraba desde 1982. E, em situações distintas, observo o comportamento desse agrupamento político em várias oportunidades, e quando o Velho Gabiraba estava ativo sempre tinha nas campanhas um “Núcleo Duro” maquinando as ações políticas eleitorais. Hoje, essa capacidade de articulação desapareceu.
Nessa circunstância, ocorre uma enorme potencialização da pré-candidatura do Presidente da Câmara: o apoio da maior liderança federal no município e possível presidente da Câmara dos Deputados Federais. Trouxe com ele o apoio da base dos governos Jerônimo e Lula, tornando esse candidato fartamente competitivo.
Para quem conhece os gabirabas, sabe como é difícil tirar-lhes votos, mas essa cisão dentro do MDB abalou o espólio do grupo. De alto e bom som, um velho gabiraba afirma: "para o MDB ganhar o pleito 2024, os dois pré-candidatos têm que estar juntos”. E as pesquisas apontam isso. Nessa visão, constata-se que o pré-candidato dissidente tira votos do grupo MDB.
A oposição ganhou um candidato de peso e esse peso eleitoral só se traduz em votos se ele for o candidato a prefeito e não a vice. Ninguém vai sair do ninho gabiraba para apoiar um vice. O eleitorado do presidente da Câmara de Vereadores só transfere seu voto para a base dos governos do PT se seu representante for o futuro candidato, inspirando, nesse, segurança. Se conseguir trazer o apoio do atual vice e de lideranças do União Brasil, a eleição está quase sacramentada em torno desse nome.
PS: No fechamento dessa matéria, aparece um fato na imprensa de Vitória da Conquista, se se tornar realidade, mostra que a Executiva Estadual do MDB jogou a toalha para a eleição em Itapetinga. Especula-se que o prefeito Rodrigo Hagge será o coordenador da candidatura a prefeita da vereadora Lúcia Rocha em Vitória da Conquista.
Anparte
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