Durante entrevista recente concedida a uma emissora de rádio em Itabuna, a prefeita de Ibicaraí, Monalisa Tavares, mais uma vez tentou distorcer os fatos e se apresentar como vítima de uma suposta perseguição política. Em vez de assumir seus erros, a gestora tenta culpar o vice-prefeito, o presidente da Câmara Municipal e outros atores políticos da região, em uma narrativa que não convence mais a população.
O que Monalisa evita dizer — e que a população precisa saber — é que sua cassação não foi fruto de disputa política, mas sim consequência de improbidade administrativa e má gestão do dinheiro público. Foram investigações sérias e aprofundadas, com participação da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça, que culminaram no afastamento. Não há nada de injustiça — há crime, há processo, há condenação, há responsabilidade.
Outro ponto que causa indignação é o uso, por parte da prefeita, do argumento de que obteve mais de 9 mil votos e que isso representa a vontade popular. De fato, obteve. Mas omite que muitos desses eleitores foram enganados. Em nenhum momento, durante a campanha eleitoral, a então candidata Monalisa explicou à população que respondia a um processo sério, que poderia impedir sua permanência no cargo. Não subiu em palanque para dizer que, mesmo eleita, corria o risco real de ser afastada por decisão judicial.
A verdade é que boa parte da população não tem conhecimento jurídico técnico. Muitos não sabiam — e não tinham como saber — que votavam em uma candidata que poderia nem concluir o mandato. E ela, que sabia da sua situação, escolheu esconder essa informação do povo. Isso, por si só, já revela uma grave falta de responsabilidade com o eleitor.
E enquanto Monalisa tenta recuperar sua imagem, o cenário político de Ibicaraí muda rapidamente. O que se vê agora é uma oposição forte, madura e unida. A cassação e o retorno instável da prefeita abalaram seu grupo político, enquanto deram novo fôlego aos adversários. A oposição cresceu, se organizou e mostra força nas ruas e nos bastidores. Monalisa não tem barba, mas se tivesse, já seria hora de colocá-las de molho.
A realidade é clara: Monalisa foi cassada por seus próprios atos, por suas próprias escolhas. Os vereadores e o vice-prefeito apenas cumpriram o que determina a lei. Fingir inocência agora é tentar reescrever uma história que já está clara para todos.
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