Segundo os estudantes, o veículo antigo apresenta constantes falhas mecânicas e não oferece condições adequadas de segurança.
O caso ganhou repercussão após o episódio ocorrido no dia 10 de novembro de 2025, quando o veículo perdeu os freios durante o trajeto, obrigando o motorista a agir com direção defensiva para evitar uma tragédia.
Felizmente, nenhum estudante ficou ferido, e todos foram resgatados com segurança em um ônibus cedido pela Prefeitura Municipal de Itororó, que prestou apoio imediato.
VALOR DO CONTRATO E DIVISÃO DE CUSTOS
Segundo informações apuradas por fontes fidedignas, o valor da locação do ônibus é de R$ 19.000,00 mensais, sendo:
R$ 9.000,00 custeados pela Prefeitura Municipal de Itororó, como apoio ao transporte universitário;
R$ 10.000,00 pagos pelos próprios estudantes, através da associação, com mensalidades de aproximadamente R$ 200,00 por aluno.
NEGOCIAÇÃO E ENTREGA DO VEÍCULO
De acordo com as informações levantadas pela reportagem, no ato da negociação com o proprietário do veículo, ficou acordado que seria fornecido um ônibus seminovo, adequado e seguro para o transporte diário dos estudantes.
Entretanto, o veículo entregue era antigo, em condições inferiores às apresentadas nas fotos no momento da negociação.
O trajeto entre Itororó e Itabuna totaliza aproximadamente 220 quilômetros por dia (ida e volta).
Com viagens diárias, o ônibus percorre cerca de 14.300 quilômetros por mês, o que representa mais de 170 mil quilômetros por ano — um desgaste elevado para um veículo que já apresenta idade avançada e manutenção deficiente, colocando em risco a segurança dos passageiros.
RISCOS E RECLAMAÇÕES DOS ESTUDANTES
Segundo relatos encaminhados à redação do Falando com Autoridade, os estudantes enfrentam um transporte precário, mesmo com o alto valor pago mensalmente pela associação e pela prefeitura.
Estudantes que já estão na rotina universitária há vários anos afirmaram que problemas semelhantes ocorreram em gestões anteriores, envolvendo outros prestadores de serviço.
Entre os relatos recebidos, há denúncias de que antigos empresários responsáveis pelo transporte permitiam uso de bebidas alcoólicas e até entorpecentes dentro do ônibus, além de caixas de som ligadas durante as viagens e até casos de comportamento inapropriado entre passageiros.
“Infelizmente, no meio de muitas pessoas sérias, que enfrentam todos os dias os desafios da estrada para buscar um futuro melhor, sempre aparecem aqueles que desviam o foco e acabam trazendo transtornos para quem realmente quer estudar e vencer na vida”, relatou um estudante à nossa reportagem.
A redação reforça que esses episódios citados ocorreram em anos anteriores, com outros prestadores de serviço, e não necessariamente envolvem o contrato atual.
POSICIONAMENTO DA PREFEITURA
A Prefeitura Municipal de Itororó, por meio da Secretaria de Educação, já havia se manifestado publicamente sobre o tema, esclarecendo que não possui obrigação legal de ofertar transporte universitário, mas mantém apoio financeiro e logístico para auxiliar os estudantes.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Educação, informa aos usuários do transporte universitário e à população em geral, que é de competência do município a Educação Básica, que atende crianças e jovens da Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Não tem, portanto, nenhuma responsabilidade e dever de transportar alunos universitários.
Reconhece, no entanto, a importância da continuidade dos estudos em busca de uma profissão; por isso mesmo, oferece auxílio para minorar seus custos.
Em tempo, ressaltamos que a Secretaria Municipal de Educação ofertou ônibus escolar e motorista para transportá-los no início deste ano letivo, no entanto, os estudantes preferiram terceirizar o transporte, sob a alegação de que o ônibus cedido pela SME seria muito lento e não atendia à demanda do alunado.
Nos colocamos à disposição para dialogar e esclarecer quaisquer dúvidas.
FUNDAMENTO LEGAL
A Constituição Federal (art. 211) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/1996) estabelecem que:
Os municípios devem atuar prioritariamente na Educação Infantil e no Ensino Fundamental;
Os estados são responsáveis pelo Ensino Médio;
E a União pela organização e financiamento do Ensino Superior.
Assim, o transporte universitário não é uma obrigação legal municipal, mas um ato de apoio social e incentivo à educação.
CONCLUSÃO
O caso do ônibus universitário de Itororó revela a necessidade urgente de transparência na contratação, revisão mecânica constante e fiscalização do serviço prestado.
Mesmo com o apoio da Prefeitura, que colabora com parte do custeio, os estudantes continuam expostos a riscos diários em viagens longas e cansativas.
O Falando com Autoridade seguirá acompanhando o caso, buscando respostas sobre a real situação do contrato, do veículo e da segurança dos passageiros universitários.
Redação: Edcarlos Silva
*Jornalista e Editor – Falando com Autoridade
Itororó – 12 de novembro de 2025.


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