Foto de Jair Bolsonaro, à época Presidente, com o então, ministro do Trabalho, José Carlos Oliveira.
Um sujeito com emprego de auxiliar administrativo e salário de R$ 1,5 mil era o destinatário de valores vultuosos oriundos de um esquema fraudulento que desviava recursos dos pagamentos de aposentados e pensionistas do INSS. O dinheiro chegava a ele via Cícero Marcelino de Souza Santos, assessor da entidade Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), presidida pelo principal investigado pela Polícia Federal no trambique bilionário, o empresário e pecuarista Carlos Roberto Ferreira Lopes. Apenas a Conafer teria sido o destino de R$ 688 milhões dos mais de R$ 6 bilhões que se suspeita terem sido movimentados na falcatrua, que consistia em implantar descontos ilegais diretamente em folha.
No entanto, a grande descoberta é que o tal auxiliar administrativo, identificado como José Laudenor, um homem simples e com vencimentos modestos, é “sócio” de José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Emprego e ex-presidente do INSS no governo de Jair Bolsonaro (PL). Eles são coproprietários da Fayard Organizações e Serviços Empresariais, além de possuírem ainda a Yamada e Hatheyer Serviços Administrativos LTDA, que tem como terceiro sócio o ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS, Edson Akio Yamada. As informações são do portal Metrópoles.
O que se viu até agora em Brasília, depois que o escândalo veio à tona, é uma gritaria moralista generalizada da extrema direita bolsonarista, que de todas as formas tenta pôr o caso na conta do presidente Lula (PT), do atual ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e até do irmão do estadista, que é vice-presidente de um sindicato que representa aposentados e pensionistas, o Sindnapi, mas que não está arrolado na investigação da PF e tampouco é suspeito de qualquer coisa. Aliás, tudo até aqui apenas aponta para nomes do bolsonarismo e que fizeram parte do alto escalão do antigo governo.
Em relação ao Sindnapi e a Frei Chico, o irmão de Lula que é vice-presidente deste sindicato, a imprensa comercial segue alardeando que ambos são alvo da investigação e suspeitos, mesmo com o diretor-geral da PF, delegado Andrei Rodrigues, negando veementemente essas afirmações. “O sindicato (Sindnapi) não foi alvo de busca e apreensão, tampouco seus dirigentes”, garantindo que em ponto algum do caso Frei Chico tornou-se alvo de escrutínio. “[Ele] não é o foco da operação”, completou Andrei.
A Polícia Federal já descobriu que o caso criminoso foi implantado durante a gestão de Bolsonaro, mais precisamente em 2019, primeiro ano do governo passado. O esquema permaneceu operando até 2024, embora em 2023 já tivesse sido detectado e estivesse sendo alvo de um procedimento em âmbito administrativo por parte da Controladoria-Geral da União (CGU), que após reunir um farto arcabouço probatório acionou a PF.
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